Redes de varejo voltam a investir em loja física

(Valor Econômico)
Por Adriana Mattos

Investimentos de 15 empresas de capital aberto somaram R$ 1,9 bilhão de janeiro a março

Mais de dois anos após o início da pandemia, as redes varejistas retomam a abertura de lojas e a compra de terrenos, ao mesmo tempo em que mantêm os gastos com o braço digital. Levantamento feito pelo Valor mostra que os investimentos de 15 empresas de capital aberto – considerando aquelas com dados disponíveis entre 2019 e 2022 – somaram R$ 1,9 bilhão de janeiro a março. O montante é 35% maior do que o verificado no início de 2019, ano anterior à crise sanitária, quando o valor foi de R$ 1,4 bilhão.

No primeiro trimestre, por exemplo, a Via abriu 22 lojas (maior número desde 2019); a Centauro, quatro; e a Quero-Quero, 14, número inédito para a rede. Até o fim do ano, a Renner projeta 40 aberturas, frente às 30 realizadas em 2021. No setor alimentar, o Grupo Mateus estima até 50 inaugurações. Em 2021 foram 44. Já a rede de farmácias Pague Menos fala em 120 novos pontos, 50% acima do ano passado. A Raia Drogasil projeta 260 novas unidades no ano, 20 a mais que em 2021.

O levantamento considera valores reportados pelas cadeias nos balanços trimestrais. Ao se considerar o ritmo de expansão anual da década, esse número deveria ter sido alcançado um ano atrás, mas a pandemia adiou investimentos. Alberto Serrentino, sócio da consultoria Varese Retail, avalia que “não dá mais para manter essa parte do negócio na UTI”, como vinha ocorrendo. As lojas são fundamentais para a estratégia de vendas on-line.

Segundo Luiz Novais, vice-presidente financeiro da Pague Menos, há uma forte pressão inflacionária sobre os investimentos. “Imaginávamos que o custo médio para a inauguração de uma loja seria de R$ 1,1 milhão e esse valor médio está hoje mais próximo de R$ 1,35 milhão”. Apesar disso, ele diz que a taxa de retorno está boa, acima de 18%. “Continuamos bem otimistas com essa nova safra [de lojas]”.

Os gastos com a estrutura das operações digitais também avançou. No 1º trimestre, houve aumento no valor dos ativos intangíveis, como softwares, de três a cinco vezes em relação a 2019.

 

Fonte: Valor Econômico
https://valor.globo.com/impresso/noticia/2022/05/27/redes-de-varejo-voltam-a-investir-em-loja-fisica.ghtml
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