O mantra dos shoppings: comprem na loja, comprem no site, mas comprem de mim…
(Seu Dinheiro)
Por Daniele Madureira
Para encarar avanço do e-commerce, grandes shoppings centers testam novos modelos de venda online que usam estoques das lojas. Inovação pode mudar a cara dos shoppings e aumentar vocação dos centros comerciais como espaço de entretenimento e lazer
Namorar vitrines, caminhar sob a temperatura ideal, encontrar com facilidade produtos e serviços no mesmo espaço, ter um lugar seguro para estacionar o carro, enfim, diversas comodidades que costumam fisgar quem tem algum pendor para o consumo.
Mas para aqueles avessos ao “tumulto” de gente, ou para quem encara as compras de uma maneira pragmática (comprar o quê, para quem, gastar quanto e quando), o comércio eletrônico chegou como um verdadeiro elixir.
Nada de se estapear em busca de uma vaga no estacionamento do shopping aos fins de semana, esbarrar com estranhos e suas sacolas, correr o risco de perder as crianças nos imensos corredores, ou encarar filas antes de sacar o cartão de crédito.
Atentos à mudança de comportamento, os shoppings decidiram transformar o algoz em aliado. Grandes grupos do setor como Multiplan, brMalls, Sonae Sierra Brasil e Iguatemi começam a explorar o comércio eletrônico.
“Vamos lançar a nossa plataforma de vendas online ao final deste primeiro semestre, integrando os estoques dos nossos lojistas para atender consumidores em um raio de até 100 quilômetros de distância do shopping”, diz Laureane Cavalcanti, diretora de comunicação e marketing do Sonae Sierra Brasil.
No grupo, o Parque D. Pedro Shopping, em Campinas (SP), será o projeto piloto da nova plataforma.
“Não viramos a bússola, mas o consumidor mudou o seu jeito de comprar, e mesmo as gerações mais jovens não acham graça em shopping, um programa que concorre com a Paulista fechada aos domingos, passeios de bicicleta, shows e feiras ao ar livre”, diz a executiva.
Segundo Laureane, o site do Parque D. Pedro vai aparecer em todas as buscas de produtos na região de Campinas. “Se o consumidor está procurando uma camiseta branca, o site vai mostrar todas as lojas em que o produto está disponível, desde as pequenas até as grandes redes”, afirma.
Se o comprador escolher a camiseta da Renner, por exemplo, o produto vai sair da loja do Parque D. Pedro, e não do centro de distribuição da rede varejista. Assim, a venda será computada para a loja do shopping, que por sua vez pagará comissão para o centro de compras.
Mas, neste último caso, quem compra terá que arcar com o frete. O custo da logística – separar o produto e prepará-lo para a entrega – será do shopping.
A ideia do Sonae Sierra Brasil, no entanto, é incentivar o consumidor a retirar o produto no centro de compras e, ao mesmo tempo, conhecer um pouco mais do seu perfil, uma informação que costuma ficar com o lojista.
Menos compras, mais lazer
Para Laureane, o futuro do shopping passa por menos compra por impulso e mais tempo para o lazer. A executiva acaba de voltar de uma viagem à Alemanha, onde um dos sócios controladores do Sonae Sierra Brasil, o investidor Alexander Otto, trabalha a integração entre as vendas on e offline na empresa da família – a ECE, gigante alemã dos centros comerciais. Vale lembrar que Sonae Sierra Brasil e a brasileira Aliansce já anunciaram um memorando de entendimentos para uma possível fusão.
Fonte: Seu Dinheiro
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