Instituto faz a ponte nas negociações com investidores locais

(Valor Econômico)

Foi a partir de 2017, com a criação da Rede Brasileira de Estudos da China (RBChina) e a assinatura de um
memorando de cooperação para facilitar as transações de comércio eletrônico entre Brasil e China, que o cenário para as marcas brasileiras de franquias interessadas em atuar naquele país começou a clarear.

Katia Simões

“Várias frentes contribuíram para a abertura de novas oportunidades para as redes brasileiras”, afirma Cristina
Franco, membro do conselho da Associação Brasileira de Franchising (ABF). “A participação da ABF e de seus
associados nas grandes feiras promovidas na China, o programa de exportação via e-commerce apoiado pela Apex
e a intenção dos dois governos de intensificar a parceria comercial para áreas além das commodities são algumas
delas.”

Vale destacar que desde 2009, a China é a maior parceira comercial do Brasil. Em 2017, o superávit comercial
brasileiro em relação ao país asiático foi de US$ 22 bilhões. Soma-se a isso, o peso da China como importante
investidor no país, com um estoque de mais de US$ 54 bilhões em diversos setores.

Se por aqui a China mostra sua força com marcas fortes, por lá é o próprio consumidor quem manifesta o desejo de
consumir produtos brasileiros, com procura nos marketplaces como Alibaba. “Como os chineses são obcecados por
dados, eles sabem o que o mercado está pedindo e buscam contato com as marcas mais demandadas”, afirma
Alberto Serrentino, da Varese Retail. “Hoje, o Brasil tem procura orgânica (seletiva) em plataformas de comércio
digital”, afirma.

Serrentino observa que o governo firma os acordos comerciais com outros países, dá as diretrizes, mas quem toma
a frente do mercado são os próprios empresários.

Neste momento, as facilidades estão voltadas à prática do e-commerce via crossborder (entre países). “Há uma
série de empresas na área de logística, tecnologia e marketing, por exemplo, que ajudam as marcas estrangeiras a
operar na China sem a necessidade de investimento nem mesmo em estoque local”, afirma o consultor.
Já para as redes e marcas que estão dispostas a ingressar em um segundo estágio de operação na China, com lojas
físicas, a consultoria vem por meio do Instituto de Promoção do Comércio do Investimento de Macau (Ipim), com
foco na cooperação comercial entre a China e os países lusófonos, ou seja, de língua portuguesa. “Eles têm
participado da feira de franquias no Brasil desde meados dos anos 2000”, afirma Cristina. “Ajudam na
intermediação das negociações das marcas brasileiras com investidores locais.”

A ABF também marca presença na MFE – Exposição de Franquias de Macau, sede do Ipim. Este ano, os
franqueadores brasileiros contaram com os serviços do Pavilhão de Consultoria de Marcas, exclusivo para quem
pretendia inovar ou expandir negócios por meio do franchising. São os primeiros passos para um mercado que é
gigantesco, que exige qualidade e é muito disputado, garantem os especialistas.

Fonte: Valor Econômico| 30 de Outobro de 2018
https://www.valor.com.br/brasil/5957641/instituto-faz-ponte-nas-negociacoes-com-investidores-locais
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