O varejo brasileiro mostra que inovação também acontece fora dos EUA

NOVAREJO
– Autor: Alberto Serrentino
– fundador da Varese Retail e autor do livro Varejo e Brasil: Reflexões Estratégicas.

Painel com Frederico Trajano, CEO do Magazine Luiza, mostra a força da inovação varejista brasileira durante o Shoptalk. Confira

Las Vegas (EUA) – O mercado varejista brasileiro é considerado promissor e repleto de oportunidades pelos executivos norte-americanos. Conversamos com lideranças varejistas e fornecedores aqui no Shoptalk e todos falaram com admiração e entusiasmo de nosso mercado. Claro, todos perguntam se o nosso sistema tributário irá ser racional para motivar mais investimentos, mas a opinião é unânime: o Brasil tem um dos varejos mais atrativos do mundo.

Por isso, não foi surpresa ver o interesse despertado pelo painel: “Uma nova fronteira no varejo: uma visão da inovação de líderes fora das fronteiras dos EUA”, que reuniu Alberto Serrentino, fundador da Varese Retail e Frederico Trajano, CEO do Magazine Luiza, em uma conversa na primeira parte, seguidos por Kalyan Krishnamurthy, CEO da Flipkart, um dos grandes varejistas da Índia, com uma extraordinária operação de e-commerce num país com um dos maiores desafios logísticos do globo.

A premissa do painel foi mostrar como varejistas de grandes negócios digitais do Brasil e da Índia conduzem seus negócios em dois dos mais promissores e desafiadores mercados mundiais. Ambos os casos, do Magazine Luiza e da Flipkart, representam histórias de mudança de operações que nasceram físicas e fizeram uma transição extremamente bem-sucedida. Ao mesmo tempo, revelaram o que torna Brasil e Índia mercados realmente atrativos.

Triunfando a recessão
Alberto Serrentino deu início ao painel ressaltando os problemas que a recessão longa do país causou na economia e no mercado brasileiro. Mas o Magazine Luiza, baseando sua estratégia em cultura sólida, inovação digital e senso de propósito, conseguiu superar as adversidades da crise, registrando resultados excepcionais. Ele destacou como a rede varejista brasileira reduziu a fricção e pontos de atrito e conduziu uma verdadeira revolução digital no mercado consumidor brasileiro. As vendas on-line, tanto por desktop quanto por dispositivos móveis, tornaram-se realidade, com altos níveis de satisfação do cliente. As ações da empresa valorizaram 900% em 2016.

Não é para amadores
Frederico Trajano destacou o aforismo de Tom Jobim – “O Brasil não é para amadores”, para mostrar o quão desafiador é trabalhar no mercado brasileiro. Apesar da sofisticação do mercado financeiro, o país sofre com desigualdade, com o tamanho da carga tributária – a rede pagou mais de US$ 1 bilhão de reais em impostos no ano passado. Ele afirmou que a rede realmente tornou seu negócio digital, a partir do entendimento que os pontos de contato com o consumidor multiplicaram-se. O Magazine Luiza é uma plataforma digital com lojas físicas, uma alteração radical no modelo de negócio. Frederico acredita que as lojas serão definitivamente centros de experiência. “Por meio das lojas, os clientes terão experiências que serão ampliadas e realizadas de forma digital”, afirmou o CEO, espelhando sua visão de futuro.

Laboratório de inovação
Serrentino ainda lembrou que a rede foi a primeira rede de varejo do Brasil a criar um laboratório de inovação digital. Frederico disse que o epicentro do negócio de plataforma digital da rede é justamente o Luiza Labs, que funciona como um polo de disseminação e evangelização digital por toda a rede. Ele é o centro da estratégia digital da rede. Em uma sociedade de conhecimento, nossa missão é ajudar a reduzir a desigualdade de nossa sociedade é podemos fazer isso popularizando a cultura digital entre nossos colaboradores e consumidores.

O e-commerce faz parte da plataforma digital, da organização digital que se tornou a rede varejista. Um exemplo de extrema ousadia e visão arrojada que mesmo milhares de companhias dos EUA ainda estão perseguindo.

Para a Índia
Kalyan Krishnamurthy, CEO da maior rede de e-commerce da Índia, e ex-funcionário da Amazon, disse que a Índia representa um mercado de US$ 60 bilhões. As características do mercado envolvem enorme diversidade e aspectos regionais muito distintos. O mercado é desorganizado, mas o Grupo Flipkart expandiu suas operações usando diversas marcas, como Jabong, de moda e UPI, de meios de pagamento. E a eKart é a empresa líder em logística e suprimentos da cadeia de valor do país. O desenvolvimento da Flipkart remodelou a indústria varejista da Índia pelo pioneirismo em lançamentos diversos.

Não por acaso, Flipkart sempre busca diferenciação de longo prazo, o que torna a marca extremamente poderosa, com cerca de 60% do mercado de e-commerce no país, superando por larga margem inclusive a poderosa Amazon.

A marca, segundo Kalyan é sinônimo de mobile e estilo de vida, oferecendo valor, atendendo básicas, acessibilidade e experiência e alcance, todas essas carências do mercado varejista da Índia.

Flipkart e Magazine Luiza, empresas que representam a força e a capacidade inovadora dos mercados emergentes. Referências que estão fora das fronteiras dos mercados maduros, em um mundo no qual o estilo de vida digital condiciona comportamentos e mudanças aceleradas.

 

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